Nunca tinha prestado atenção nisto, mas aí fui relembrando e prestando atenção nas situações, nas minhas ações e vi que mais uma vez estava cometendo o mesmo erro.
Há algum tempo atrás (não faz muito tempo), tinha certeza que não queria um filho negro, não por ser racista (sim, existem negros racistas), mas porque alegava não querer vê-lo sofrer todo tipo de preconceito que sofri na infância e ainda sofro de vez enquando agora na fase adulta, achava que tendo um bebê miscigenado ele sofreria menos preconceito, já que aqui no Brasil qualquer “moreninho” já se considera branco; e ainda pesava o fato de que ele seria filho de lésbicas, aí que meu coração ficava mais apertado ainda: negro e filho de lésbicas, seria o pária da escola.
Confesso ainda achar que se meu filho for negro sofrerá muito mais, mas agora já não tenho como objetivo um filho miscigenado, consegui transcender essa questão e apenas esperar por um filho, seja ele homem ou mulher, negro ou branco e…
Hétero ou gay?
Aí que a questão pega e me vejo novamente sob as mesmas alegações, não quero que ele seja homossexual, sei como é difícil, tanto preconceito, tanta rejeição e etc. E o incrível é que essa desculpa é mais aceita, ninguém me acusaria de preconceituosa por desejar isto, mas o fato de falar que pensava em não ter um filho negro desperta muito mais indignação do que o fato de não querer um filho gay, mesmo eu sendo homossexual também.
Fiquei pensando nisto, como posso criar meu filho para que não induza sua orientação sexual e sim para que ele encare normalmente o fato de que poderá se relacionar ou não com pessoas do mesmo sexo?
A tendência é que crie meu filho para ser heterossexual, pois todas as “brincadeiras” e exemplos são feitos desta forma, até mesmo por homossexuais. Ex.: Adoramos brincar de casar nossos filhos com os das amigas, mas sempre tentamos “casar “ um menino com uma menina. Nunca ouvi ninguém falar: Minha filha vai casar com a sua filha ao descobrir que a amiga não está grávida de um menino.
Por outro lado se eu fizer este tipo de brincadeira tanto em relação a meninos e meninas, a sociedade vai me acusar de estar “induzindo” meu filho à homossexualidade e isso renderia mais argumentos para todos estes homofóbicos de plantão.
No fundo quero que meu filho ame uma pessoa, sem que precise pensar que existe um único caminho a seguir, mas não vejo um jeito de não induzí-lo a qualquer tipo de normalidade (hétero ou homo).
Será possível?
oi danielle andei pesquisando e descobrir a insiminaçao caseira só prescisa de um doador de semem pretendo fazer até junho já consegui um doador beijos fernanda
Fregulla Trajano
Sabemos que o preconceito sempre vai existir, portanto basta ciar nossos filhos para amar e repeitar o próximo, ou seja criá-los para a vida e deixar que esta lhes mostre o caminho.
É preciso que se deixe claro que AMAR não tem gênero.
Liana,
adorei ler o seu post. estou +/- em uma situação destas.
Moro com minha companheira a 7anos; eu não tenho filhos, mais ela tem 5 (2adultos e 3adolescentes) fruto de um casamento que durou 14anos (ela já tinha uma filha e deste nasceram 4).
Ela sempre me entendeu que desejo ter um filho e se não tive antes, por que achei que não era chegado o momento.
Minha companheira é negra e também pensava assim, que os filhos não seriam homossexuais, por causa do preconceito possível: negro e homossexual?
Quando a filha mais velha dela se assumiu, na verdade contou para mim, e minha companheira não aceitava, vivi um período difícil…hoje, graças a Deus, ela aceita e não se importa mais com a sexualidade dos filhos desde que eles também não se importem com a nossa. Hoje, ela adora a companheira da filha dela que vivem juntas a há mais de 5anos.
e o meu dilema hoje é ter ‘o tal nosso filho juntas”, e eu que no próximo ano pretendia viajar para o exterior, estudar e trabalhar por aproximadamente 12 a 24meses. não sei o que devo fazer. Eu estou com 30 anos e ela com 47.
Elaine,
Te mandei um e-mail, mas saiba que a decisão que tomar, seja qual for, será a correta, é só escolher com o coração.
Nossa, não me vejo com problemas para aceitar um filho homossexual, acho que o mais difícil para uma mãe/pai é não projetar seus desejos no filho, mas tentarei. Como costumamos ouvir por aí: tendo saúde, sendo uma pessoa respeitadora, educada, já é o suficiente.
Beijos
ter o medo do filho ou da filha seguir pelos caminhos da homossexualidade ou bissexualidade é na verdade medo de passar tudo de novo …todos os preconceitos ,todas as provações,todos os rotulos que a sociedade nos impõe.Eu tenho 36 anos ,meus filhos ,16 anos e 15 a 11 meses(o filho da minha ex companheira,da qual estou separada depois de uma união de 10 anos)e sinceramente vivi este medo .Mas na minha opinião é normal ter medo quando sabemos que a criação e formação de uma vida depende de nós .Criamos os filhos para fazerem parte da sociedade e não serem excluidos da sociedade.Assim como não tememos que eles optem por serem gays ,lésbicas ou ate mesmo bi,tememos que eles sejam criminosos, analfabetos ou mal instruidos,promiscuos e que caiam no submundo da prostituição e se tornem viciados por alcool ou sexo….não que que ser homossexual ou bissexual ,ou transsexual ,ou outra opção que houver seja tão ruim assim.a ponto de ser comparados com o lixo da sociedade,mas nós sabemos bem o quanto é dificil levantar esta bandeira ou vestir esta camisa.Alguns sabem muito bem como é isto na pele.Tenho como exemplo dois amigos .Uma jovem e um rapaz que conversavam com mais dois amigos tambem gays ao sairem do trabalho numa sexta feira.De repente um louco que transitava muito bem com teu carro pela rua,aumentou a velocidade e subiu a calçada sem mais nem menos e atropelou os quatro ,fugindo após sem prestar socorro.Como consequencia deste fato de homofobia ou não minha amiga assim como a menina que estava com ela sofreram varias escoriações e luxações ,os rapazes ficaram internados no hospital e um deles terá que operar.e como se não fosse muito ,ele trabalha como autonomo,sem registro em carteira.Resumindo .Quantas vitimas este sujeito fez?Quatro ?engano de acha que a resposta é esta.Quatro vitimas ,quatro mães ,a minha amiga mora com uma mulher que tem tres filhos…só aí DOZE pessoas .Sem contar com outras pessoas .Será que ter medo pelos nosssos filhos é algum erro para ser visto como preconceito?
Bem isto eu não posso responder agora ,só sei que em um sonho certa noite senti a sensação de como é ter um filho gay,chorei e me desesperei assim como minha avó,a mulher que me criou chorou e se deseseperou quando descobriu que eu era gay.Logo eu, menininha inocente que ela sonhava ver casada.Sinceramente ,se pudesse não faria ela passar por isto novamente ,depois deste sonho ….não sou preconceituosa ,mas sim temerosa pelo futuro que meus filhos possam optar.Por isto peço á Deus que os guiem com sabedoria, assim como eu tento guia-los com bons ensinamentos,ainda mais agora que eles estão na fase de novas descobertas ,assim como eu.Descobri que amar e zelar as vezes nos traz medo.
Liana,
Leio o teu blog há pouco tempo, mas hoje me senti impelida a comentar ao ler este post, pois são inquietações que eu tenho tido também. Acho que tanto estas brincadeiras de casar o menino com a menina e nunca um menino com um menino acabam fazendo parte do sexismo que encontramos todos os dias e querendo ou não reproduzimos.
Mas aí me pego pra pensar, filos e filhas de casais homoafetivos são algo mais recente, esta geração ainda está em formação e as mães e pais dessas crianças foram criadas por casais hetero, acredito que crianças criadas por casais homoafetivos e até casais hetero que tenham a necessidade de imprimir uma nova forma de se relacionar com a sociedade e lidar com tanto preconceito que temos por aí… gostei muito do post
Independente de ser negro, branco, gay, hetero…O importante é mostrar a ele tudo o que existe e deixar que o próprio siga seu caminho…Graças a Deus minha família agiu dessa forma comigo…Se ele souber de tudo, vai ser uma pessoa mais feliz!
Quando encontro um bom post como esse, eu vejo como a internet é boa.
Olá,
Compartilhamos um link para esse post no Portal da Escola Virtual para Pais, ok?
Marcia Taborda
http://www.escolavirtualparapais.com.br
Olá,
Só hoje descobri este blog. O fato é que já convivo com minha companheira há 5 anos e estamos pensando em ter filhos. Na verdade, não sabemos por onde começar, pois queremos fazer inseminação. Moro no interior do estado do RJ. Alguém poderia me dar uma dica sobre um caminho mais barato, pq andei pesquisando e achei os preços totalmente fora da minha realidade.
Obrigada,
Danielle
Hospital de clinicas em São Gonçalo é uma boa pedida para inseminação. Bem conceituado e mais em conta.
Lu, conta mais: vc fez FIV ou inseminação lá? Passe mais informações para ajudar as cariocas q passam por aqui.
Bjs
Liana,
Retomo sua última linha: Será possível?
Acho que as respostas para essa (e outras) perguntas vão vir com o seu (e da Patrícia) estilo de maternagem. Aos poucos vocês vão descobrindo os caminhos, atalhos e ciladas dessa jornada.
A vida não funciona como uma equação matemática que, se a gente erra um sinal, lá no fim dá erro. Ainda bem!
São tantos “se” que fica impossível saber o que é certo e o que é errado.
Muito bom você colocar esses questionamentos, mas mais importante é permitir-se tentar.
Beijo,
Priscilla
Excelente a discussão por aqui. Também tenho estes medos, mas mais por medo de ver meus filhos sofrerem por preconceito do que qq outra coisa. Linkei o post lá o blog!
bjs
Outro dia vi uma entrevista com adolescentes filhos de pais
homossexuais. A maioria era hetero, e eles falam que a pressao e MUITO
grande pra filhos de pais homo serem hetero, meio que pra provarem pra
sociedade que os pais nao influenciaram etc etc…. Imagino que pra
gente a perssao deve ser muito grande tambem. Qdo a gente cria uma
familia, todos os olhares estao na gente, “julgando”, ja que pra
muitos a nossa familia nem deveria existir… Imagino que se nossos
filhos forem gays, muita gente ira nos culpar por isso… mesmo nao
fazendo sentido nenhum! Vivo pensando nisso, desde que a Elis
nasceu… concordo com o que disseram, se os nossos filhos forem gays,
sera mais facil dentro de casa e mais dificil fora… mas acho que
preconceito contra a nossa familia sempre vai existir,
independentemente de que orientacao sexual nossos filhos terao. A
gente so precisa dar uma boa educacao, seguranca e prepara-los pra
enfrentar o que vier…
Oi, Li!
Desta vez vim para não ter filhos, serio! Então, acredito que a melhor maneira de lidar com a questão é que sejam criados e educados, respeitando as diferenças, sempre, me parece que fica muito mais fácil. Lembro que numa das Paradas Gay,em São Paulo, um casal hetéro com um garoto de uns 09 anos, foram intrevistados numa emissora de TV e eles falaram que era preciso desde cedo ele, o garoto, a conviver e respeitar as diferenças. Bacana, né?
Somos normais, sim! O problema de não sermos aceitas por essa ou a quela pessoa, não é nosso, o problema é dessa ou aquela pessoa, compreende?
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz” já dizia Gonzaguinha.
Bjoooos
Liana – ontem, por um acaso, vi esse comercial e acho que tem tudo a ver com o “clima” da discussão:
Eu ainda não tinha visitado o blog. Adorei. Vou divulgar. Traz uma discussão extremamente importante. E também amei o comercial. Postei os dois no fb. Um abraço!
Liana,
Ao ler seu post me lembrei de uma cena, lá na adolescência, ao – numa roda com amigos, um deles sendo homossexual – falarmos sobre um dia ter filhos e que eles namorariam.
Na hora, uma amiga muito querida e bem próxima até hoje, me disse: “Glau, do jeito que você que é ciumenta, imagine o dia que você souber que seu filho tá namorando”.
Eu, na hora, respondi: “Ah, Kaká, vou sofrer mesmo. E quando pegá-lo dando um beijo numa gatinha?”
E o amigo homossexual disse: “ou num gatinho, né?”.
Na hora e de forma inconsciente, respondi assim: “Deus me livre!”.
É claro que eu fui rebatida por todos e me dei conta da besteira que havia falado. Justo eu, que me relaciono com amigos homossexuais desde muito nova, ainda adolescente, que sempre aceitei de forma tão natural a orientação sexual de todos, justo eu soltar um “Deus me livre?”.
Lembrando-me disso agora e pensando em meus dois filhos homens, eu me envergonho por sermos tão moldados assim para a heterossexualidade, mas também – em contrapartida – acho que é uma tendência natural, talvez por esse tipo de relacionamento ser maioria no mundo. Sei lá, me ocorre isso.
E se meus filhos forem homossexuais? Não sei exatamente qual é a reação de sensação que eu terei, mas já adianto que tentarei, a qualquer custo, entender e tratar em mim a sensação que for desperta – sobretudo se for negativa – pois não ter o apoio e a aceitação da mãe deve ser a coisa mais triste no mundo. E, na verdade, qual é o problema nisso, não é mesmo?
Um grande beijo, querida Liana. E parabéns por se questionar de forma tão aberta e sincera da forma com que faz. Tenho certeza que na hora certa seus filhos chegarão e sentirão-se orgulhosos por terem escolhidos uma mãe tão disposta a se melhorar!
É Glau, acho que o mais importante é admitirmos nossas limitações ou preconceitos, para tentarmos corrigir ou suprimir algo. Porque só sabemos como será quando a situação acontece no nosso quintal…rs
Concordo com você, sobre moldarmos nossos filhos para a heterossexualidade por ser um tipo de relacionamento predominante.
Adorei ter contado sua história aqui, também admiro o modo como você fala abertamente dos seus questionamentos (adorei o post do sono, só ñ comentei porque ainda não tive essa experiência).
Beijos
Liana
Sabe Liana, eu vejo você em sua “pesquisa teórica” sobre a maternidade meio que perdida em brumas sabe? Nem eu, nem você, nem ninguém sabe de verdade o que o filho vai ser… eu costumo dizer que o maior amor que sentimos é por esta pessoa que não conhecemos nem a aparência nem a personalidade, mas mesmo assim amamos.
Não dá para saber o que ou como vai ser, tem que confiar no escuro (a leap of faith) e por isso a ideia da bruma é boa para vc entender que terá que descobrir como confiar nos seus outros instintos, não só no que vê (ou no caso, no que pensa).
Quem sabe não está na hora de sair da teoria e tentar colocar toda esta ansiedade em prática?
😉
Pois é Sam, mas sabe que alguns pais homo que já estão na prática já sofrem com isso, por isso o assunto surgiu, pela repetição de padrão hétero até mesmo nas famílias gays, é como se não conseguíssemos nos soltar deste modelo, mesmo lutando por algo completamente diferente…
E quanto a sair da teoria, vontade não falta, o que falta é $$$$ e nem falo de dinheiro para criar o filho, mas dinheiro para fabricá-lo mesmo…hehehe
Bjs
Liana
Oi Liana.
Primeiro quero dizer que adorei seu blog e a sua forma tão natural de se expressar.
Não tenho filhos e, sinceramente, acho que não os terei. No entanto, sou filha. Lendo seus questionamentos lembro de minha mãe. Quando tinha 06 anos pedi um carrinho de natal e ganhei. (Engraçado é que eu só me lembrei disso agora…). Depois, na adolescência ela começou a implicar porque eu era diferente das minhas irmãs, usava muito tênis, bermuda, nunca fui muito adepta a saias e saltos.
Um dia, lá pelos meus 16 anos, ela me perguntou se eu era lésbica. E veja só: eu não sou. Apenas gosto de vestir coisas confortáveis e práticas. Acho que é tudo muito relativo. Eu, na minha insegurança adolescente, cheguei a me questionar se era gay ou não, mas como nunca me senti atraida por mulheres, conclui que sou hetero mesmo. Adulta, continuo usando meu tênis e calça jeans diariamente, mas já aprendi a usar saia e vestido também, só o salto que acho um pouco mais complicado..rs. Tenho amigas gays que são muito mais femininas do que eu. Desde os 20 anos mantenho os cabelos curtos, acho que combina mais comigo.
O que quero dizer é que é natural esses seus questionamentos em relação aos filhos que pretende ter, mas que cada um é o que é. Ninguém quer que o filho sofra, mas inevitavelmente irá sofrer. Eu não sei o que é sentir preconceito por ser gay ou negra. Mas já senti quando era gorda. Via que minha mãe sofria comigo, mas não dependia dela. Tenho certeza de que ela também não queria que eu tivesse engordado, porque ela, também gorda, já sofreu muito por isso.
Acho que o que as mães podem fazer é amar os filhos, apoiá-los en respeitá-los. Tenho certeza que se sairá muito bem.
Beijo!
Oi Shel,
Muito interessante a sua história, quando criança sua mãe achou normal o fato de você não ser uma menina padrão, mas depois na adolescência surgiu a reprovação ou quem sabe na verdade o medo do desconhecido e mais interessante ainda é que você tem o “estilo” lésbica de ser, mas é hétero.
Acho que se além de lésbica eu não fosse feminina, realmente meus pais teriam mais dificuldade ainda, na verdade tento sempre me manter em um padrão que minimize os preconceitos. Uma vez resolvi cultivar um blackpower e não aguentei, fiquei com ele por uns 3 anos, mas sofria demais com as reações das pessoas na rua, aí me rendi ao cabelo comprido e domado.
Beijos e obrigada pelo comentário!
É, Liana, acho que esse vai ser sempre um dilema, né? rs… Ninguém quer ver o filho sofrer preconceito… mas, pensando por outro lado, o pior preconceito é aquele sofrido dentro de casa, o que não irá acontecer com nossos filhos e filhas, caso forem homossexuais.
Também vivo refletindo sobre isso. Mas, resumidamente, acho que quero mesmo é que meus filhos sejam muito felizes, o resto é resto. E ultimamente ando vendo tantos relacionamentos heterossexuais falidos entre meus amigos, que às vezes penso que seria bom mesmo se meus filhos forem homossexuais!
Beijos!
oi Ma,
Na verdade não quero nem um nem outro…hehehe. Estou mais p/ a prática que a Carina quer implementar, sem relacionamentos amorosos antes dos 30 anos…hehehe
beijos
Hahaha boa…
Acho que também prefiro essa opção! rs!
Oi, é a primeira vez que comento por aqui pq realmente achei o tema interessante.
Sou mãe e bissexual; estou casada há dois anos com outra mulher, que está comigo desde minha gravidez e ama meu filho como seu filho; juntos formamos uma família feliz e bem completa.
Acrescento que meu filho (de um ano e tres meses) é fruto de um casamento convencional (e muito feliz) de muitos anos com um rapaz que faleceu quando eu estava grávida.
Ah… se tratava tb de um casamento interracial já que sou negra e ele um branco com cara de gringo.
Confesso que nunca me preocupei com a etnia fenotípica indefinida do meu filho nem com sua futura orientação sexual, mas agora que vc tocou no assunto, percebo que sempre que projeto seu futuro, é com uma perspectiva heterossexual.
Não por preconceito ou repressão, mas por ser a maneira padrão de se pensar as relações.
Vou me policiar muito para, caso ele tenha orientação homossexual, se sinta aceito, acolhido e respeitado em sua casa.
Tudo o que quero para ele é que ele se torne uma pessoa digna e muito feliz, que respeite as pessoas pelo que elas tem dentro de si e não por sua cor/sexo ou qq outra coisa; quero acima de tudo que ele ame e seja amado por uma pessoa que lhe faça bem; não importa mesmo a sexualidade.
Um grande beijo
K.
Oi K,
Também passo no seu blog, mas nunca comentei, apesar de acompanhar.
Eu fico pensando nestas coisas pq me sobra tempo durante esta espera pela maternidade, mas acho que se já tivesse sido mãe antes de mergulhar um pouco na “militância” não pensaria sobre isso não, acho que é algo natural e como disse a Mariana, faz parte de um padrão que repetimos sem perceber. O que vale mesmo é termos consciência disto e nos policiar para que não atrapalhe nossos filhos.
Beijos
Oi Li!
Vai se acostumando. Ser mãe é viver com medos e com culpas. Se a gente pensar demais na coisa acaba pirando, sabe? Meu mais velho foi filho de mãe solteira, o pai dele até hoje não é nada presente. E as pessoas se preocupam com a reação dele, eu também me preocupei muito. Mas quer saber? Ele não dá a menor bola, considera meu marido o pai e o pai biológico “outro” pai. E tá bem assim. Até quando? Não sei. Se ele vai questionar isso no futuro? Não sei. Mas não tento ficar antecipando muito as coisas, a gente já passa por tanta dificuldade no dia a dia, não dá pra antecipar mais problema não senão a gente pira.
Ame seus filhos. Não existe isso de criar pra ser homo ou hétero. Existe criar bem, existe dar amor, existe ser participativo. Tem certas coisas sobre as quais a gente não tem controle. A gente tem mesmo a tendência de querer protegê-los das coisas que nos fizeram sofrer. Mas aí a gente se descabela protegendo de um problema e do nada ele resolve que vai ser emo ou skin head, vai ser discriminado por uma coisa que a gente nunca imaginou, sofrer do mesmo jeito! hahahahahaha
Tenho certeza de que vocês serão ótimas mães!!!
Beijos
Tati
É verdade Tati, acho que ser mãe é mesmo uma montanha russa de amor e sofrimento…hehehe. Por isso que esse tempo de espera está sendo ótimo, assim vou desmistificando alguns desejos…rs
bjs
Já pensei muito sobre o assunto. E a verdade é que queria muito ter um/a filho/a homossexual. Tipo a da Angelina Jolie, a Shiloh, que tem fortes “tendências” à homossexualidade e a Angelina não a coibe, pelo contrário, dá plena liberdade para a filha dela de, sei lah, 5 anos se expressar livremente.
O problema é que eu não tenho o mesmo tanto de grana e poder que a Angelina Jolie, portanto, por hora, meio que desisti da ideia porque não quero me sentir responsabilizada pelo sofrimento de uma criança pela minha opção de assumir minha lesbianidade.
Caso eu decida pela maternidade em algum futuro distante, obviamente não vou me importar com a orientação sexual de meu/minha filho/a, apesar da minha preferência, mas com certeza vou criá-lo/a nesses moldes da Jolie. Não vou empurrar ngm pra filho/a de amiga. Vou ensinar a respeitar a diversidade (seja ela qual for), e vou sentir o que ele/a quer da vida. Caso eu tenha uma filha e ela quiser comprar uma bola ao invés da boneca, será isso que ela vai ter. Se ela quiser se vestir de batman e não usar saia, assim será.
A natureza é sábia, mas a alma é muito mais.
Oi Nanda,
Tinha até me esquecido da Jolie e da Shiloh, é verdade, um modo bem interessante de deixar a criança tomar seu próprio rumo. Claro que a imprensa e a sociedade acham que ela “induz” a filha e que uma criança daquela idade não tem opiniões tão fortes, mas eles sempre vão reclamar de tudo mesmo.
Vou me lembrar, se minha filha quiser uma bola não vou falar que é coisa de menino…rs
Bjs
Liana
Posso jogar uma visão hétero na conversa?
Seguinte, da mesma forma que pais hétero, como eu, criam seus filhos para serem felizes, custe o que custar, pais homossexuais criam seus filhos para serem felizes também!
Medo de preconceito é natural… num exemplo bobinho, tenho 1,52m e sempre sonhei em ter uma filha alta (é… vai sonhando, né?kkk), porque sei o quanto é irritante ser a “nanica” da galera.
Quanto aos “moldes”, nada mais natural casais homossexuais acabarem incorrendo no “minha filha vai casar com o seu filho”, simplesmente porque repetimos os padrões dos nossos pais, sem querer, mesmo quando não concordamos totalmente com eles. Acordo todo dia e digo para a minha filha “bom dia, dona cotia, como vai sua tia”… Não tenho idéia do que queira dizer essa frase tão bizarramente surreal, mas minha mãe a falava todo dia ao me acordar e eu repito, quando como mantra para minha filha.
Mas, como hétero, crio minha filha para encontrar o caminho dela. Certa vez, para espanto geral das mães da escola dela, Alice que aos 2 anos se dizia namorada do Enzo, seu melhor amigo, brigou com ele e declarou que se casaria agora com a Manu, sua melhor amiga. Eu ri e falei: “filha, se você achar que vai ser feliz assim, case com ela, oras! A gente casa com quem amamos e nos faz feliz.”
Nem preciso dizer que recebi olhares fulminantes de muita gente… mas para mim foi a frase mais natural do mundo.
Não tem muito tempo, as nossas antepassadas sonhavam com um bom casamento arranjado e mesmo quando eram infelizes no arranjo, desejavam bons casamentos arranjados para suas filhas, achando que esse era o caminho da felicidade. Evoluímos e nossas mães já desejaram para nós um casamento feliz com um homem “bom”, como suas mães desejaram para ela, mesmo quando muitas delas, para realizar esse casamento “bom” tinham que suprimir seus verdadeiros desejos. E nós, agora, repetimos o padrão, adaptando-o um pouquinho. Desejamos um casamento bom, instintivamente, repentindo o mantra de nossas mães, falamos em um casamento com um homem que as ame, mas já somos capaz de parar e fazer o tipode reflexão que estamos fazendo aqui e mudar um pouco o tom, e dizer para nossos filhos que queremos apenas que encontrem alguém que os ame e respeite em todos os sentidos, sejam eles do sexo que forem.
Acho que nossas filhas já serão capazes de, instintivamente, dizer para as filhas delas que deseja que encontrem alguém com quem ser feliz e ponto final, sem precisar de maiores reflexões sobre gênero.
Enfim… acho natural você ter o “reflexo” de vislumbrar um filho hétero, mas você, aqui, ao refletir sobre o assunto, já demonstrou que não é o que você deseja, você deseja apenas um filho feliz…
Ninguém “induz” ninguém à heterossexualidade ou homossexualidade. As pessoas decidem ou percebem sua sexualidade (prefiro o percebem, porque não é bem uma decisão consciente, né?) por conta própria. Apenas algumas têm a sorte de ter pais que conseguem ultrapassar as barreiras do preconceito e aceitar qualquer tipo de amor que os filhos desejem para si!
Se fosse uma questão de “indução”, nunca teríamos homossexuais porque desde que o homem se constituiu nessa selva que chamamos de modernidade, pais vêm tentando suprimir tendências homossexuais nos filhos. Não obstante essa opressão, homossexuais sempre existiram e cada vez mais estão livres de preconceitos. Cada vez mais estamos rumando para um mundo sem barreiras de gênero quando o assunto é a escolha amorosa!
Enfim, pitacos de uma mãe hetero que só quer ver a filha ser feliz e realizada, respeitando os sentimentos de todo e qualquer ser humano, inclusive os dela!
É Mariana, legal você ter contado esta história com a sua filha, acho que o legal é isso mesmo. De repente esta seria uma atitude que pais homo também teriam, eu mesma também teria, mas a maioria das mães iriam repreender a filha, dizendo que ela só podia ser amiga da outra menina e não casar com ela.
Quero mesmo que um dia o nosso mantra seja mais focado na pessoa certa e não no gênero certo.
Também quero deixar claro que não acho que a orientação sexual seja passível de indução, por isso sempre que mencionei coloquei entre aspas, mas de qualquer forma o modo como você menciona os futuros relacionamentos amorosos dos filhos pode sim influenciar em uma aceitação da orientação sexual, pois ao passar anos escutando e sendo questionado sobre quem é seu namorado ou com que irá casar, na hora que se percebe que não é com uma pessoa do sexo oposto, pode dificultar a própria aceitação.
Beijos e obrigada por dar seu ponto de vista de uma mãe hétero aqui!
Vou na mesma linha que a Mariana. Sou mãe de uma menina, que acaba de virar “mulherzinha”, alias…rs…
Ela está agora com doze anos, começando a ter seus primeiros envolvimentos afetivos, seus primeiros interesses.
Sou hetero, mas sempre tive em minha vida, amigos homossexuais que amo muito, convivendo com ela desde pequena. Portanto, sempre tivemos esta atitude de que o que importa é estar de bem consigo e respeitar quem está perto. E esse respeitar tem que ser real. Tenho amigas que dizem não ter problemas em respeitar a homossexualidade mas que no fundo acham “nojento”, ou antinatural, e seus comentários qdo os amigos gays nao estão por perto (mas os filhos pequenos, sim), certamente reproduzem uma educação tão homofóbica quanto a de um conservador.
Uma amiga, outro dia, demonstrou essa mesma inquietação. Não tenho preconceito mas não gostaria de ver meu filho sofrer. E me perguntou se eu não tinha esse medo com relação à minha filha. Eu respondi que honestamente, prefiro lutar pra que nenhum homossexual sofra com o preconceito, independentemente de quem são seus pais. Temos que educar nossos filhos para a diversidade (não pra tolerancia, que é bem diferente) e assim não teremos mais medo de que eles sofram por serem homossexuais, negros, baixinhos, inteligentes demais ou de menos…
*-*-*-*-*-*-*-*
você quer ser minha mãe adotiva?! >.<
auhuhahuauhauh!!
amei seu comentário!
Sério, pessoas como você renovam minhas esperanças!
Obrigada por ter partilhado esse fato com a gente!
É um belo um exemplo de vida a ser seguido por todos!
Mas aí é que está o pulo do gato… mesmo que você diga ao seu filho que ele vai casar com a filha de cicrano, o seu filho, ao te ver casada e feliz com a sua mulher, saberá que caso ele não queira a filha de cicrano, e sim o filho do beltrano, ele será bem aceito.
O que você teve de dificuldade para aceitar os teus desejos, ele terá de facilidade em aceitar os dele, sejam esses hétero ou homossexuais. Você DIZ a ele que é ok casar alguém do sexo oposto e MOSTRA a ele que é igualmente ok casar com alguém do mesmo sexo!
Enfim… eu fico passada quando vejo que o preconceito é tão grande que pessoas como vocês, que desejam ter filhos e, quando os tem, são pais como qualquer outros no mundo, sofrem duplamente pelo medo de ter que proteger os seus filhos de um preconceito dobrado… É complicado mesmo… mas um dia isso acaba!
Sei lá… pelo menos assim eu espero!
apenas o ensine a amar as pessoas. q o resto a vida mostra…
amar pessoas independente do q possa ter no meio das pernas.
se todos educassem assim….
Oi Agnes,
Então quero tentar educar assim, só não sei como, mas o depoimento da Mariana ajudou bastante.
Beijos
Acho que, por mais que você queira “isso” ou “aquilo”… e tente induzi-lo a “isso” ou “aquilo”, no final ele será aquilo que ele quiser… foi assim conosco, será assim sempre!
Oi Max!
Concordo c/ vc, mas não acha q de criar com referências de relacionamentos héteros será um fator dificultador caso ele seja gay, pois vai achar q eu espero isso dele ou vice-versa?
Pq nossos mais nos criaram p/ sermos héteros e com exemplos héteros, acho q isso dificulta a própria aceitação p/ alguns no começo.
Bjs